Quilombismo: Nosso Corpo negro na Política!

Nascemos, negros!

Nossos corpos negros afrontam a sociedade deles, dos brankos, (racistas, machistas, homofóbicos, corruptos).

Nosso fenótipo vem carregado de energias milenares e de valores das nossas ancestralidades, os quais se confrontam com as visões do Mundo Eurocêntrico.

Então, diante de fatos históricos degradantes, os nossos copos negros se rebelam sistemática e resilientemente, vamos tentando de forma persistente, romper com a situação de escravização imposta, historicamente, pelos opressores de ontem e de hoje.

Então, na maturidade, nos damos conta que se apresentam algumas opções políticas, e ideologias diversas da nossa, todas, contudo, tendo como pressuposto, vivermos em uma sociedade humanizada, justa, fraterna, uma sociedade idealizada, em que sejamos plenamente felizes!

Primeiro erro:

Não existe um regime de convivência social que contemple todos os nossos anseios para alcançarmos a felicidade!

Humanos, estamos, com nossos corpos negros, em constante processo evolutivo, portanto, em busca de algo novo.

No caso específico, estamos em busca de um sistema ideal que defina, com equidade, direitos e deveres e que regule os interesses e conflitos no nosso cotidiano.

Segundo erro:

As ideologiais políticas propostas originam-se de um mesmo patamar civilizatório as quais, no transcurso histórico, vão se transmudando em várias vertentes, contudo, sem perder sua essência, ou seja, a supremacia do visível, do palpável, da matéria, sobre valores incomensuráveis, transcendentais, ligados à espiritualidade dos nossos corpos negros!

Em síntese:

Dá-se ênfase à supremacia do Ter, sobre o Ser!

Então, somos induzidos pelo sistema construído a acreditar que a humanidade teve início no continente europeu, embora esteja, cientificamente, comprovado, que a origem do Homo sapiens ocorreu no continente africano!

Porém, as universidades (deles) no seu transcurso histórico e, ainda hoje, em pleno século XXI, insistem em nos fazer crer que o berço da humanidade, o início de todas as ciências com as quais convivemos e das quais nos beneficiamos, têm sua origem na Grécia!

Então, nos permitimos questionar:

E o que dizer dos poderosos impérios vigentes, outrora, no continente africano?

Reporto-me aqui à fala do nosso Ganga Abdias do Nascimento que diz textualmente:

‘‘Os negros e os oprimidos têm, como projeto COLETIVO, a ereção de uma sociedade fundada na justiça, na liberdade na igualdade de oportunidades e no respeito a todos os seres humanos; uma sociedade cuja natureza intrínseca torne impossível a exploração econômica, o racismo, o machismo; uma democracia autêntica, fundada pelos destituídos e deserdados deste país, aos quais não interessa a simples restauração de tipos e formas caducas de instituições políticas, sociais, econômicas, as quais serviriam apenas para procrastinar o advento de nossa emancipação total e definitiva, que somente pode vir com a mudança radical das estruturas vigentes. (…) enfim, reconstruir no presente, uma sociedade dirigida ao futuro mas, levando em conta o que ainda for útil e positivo no acervo do passado.’’

Um futuro melhor para os negros e oprimidos tanto exige uma nova realidade em termos de pão, moradia, saúde, lazer, trabalho, como requer outro clima moral e espiritual de respeito às componentes mais sensíveis da personalidade do corpo negro.

A comunidade negra brasileira, portanto, tem um projeto emancipatório de Nação, assentado nos valores epistemológicos das nossas matrizes africanas.

As palavras, Sankofa e Ubunto sustentam essa afirmativa:

Sankofa é um dos símbolos da nossa resiliência heróica ao escravismo.

Ela nos conclama a voltarmos ao passado e criteriosamente, analisá-lo.

Assim, conheceremos a verdade dos fatos históricos!

Então, entenderemos, em profundidade, a conjuntura em que nos encontramos e, assim, poderemos COLETIVAMENTE, projetar um futuro digno, justo para todos os excluídos do sistema deles dos racistas, machistas e fascistas.

Sistema criado por eles, para a manutenção de todas as injustiças e mazelas sociais as quais, como consequência, se não destituído, dará sustentação, para sempre, aos privilégios deles!

Já a palavra Ubunto, expressa uma ideologia baseada na solidariedade, e na supremacia do COLETIVO, sobre o individual!

Essa palavra, nos induz ao sentimento maior do amor fraternal cujos sentido é:

“Eu sou porque você é!

Você é, porque eu sou!

Então, SOMOS!

Sua felicidade é minha felicidade!

Suas dores, seu sofrimento, são minhas dores e sofrimento!

Negros, negras, povo cinza em geral, devemos buscar novos rumos, novas visões de sociedade, tendo em vista que essa sociedade, para nós, negros e oprimidos, faliu!

Negros, Negras, Indígenas, Povo Cinza em geral, estamos no nascimento de uma Nova era!

Sopram ventos libertários os quais, no levarão à real alforria desse sistema caótico, sistema inconcluso, preso a conceitos e preconceitos colonialistas, herdados e mantidos, até os nossos dias, pelos atuais, descendentes da Casa Grande, os quais persistem, em pleno século XXI, em nos manter sob jugo, presos aos ditames dos seus caprichos e ordens!

Chega! LIBERTEMOS NOSSOS CORPOS NEGROS!

A LIBERTAÇÃO DOS NOSSO CORPOS NEGROS, DESENCADEARÁ A LIBERTAÇÃO DE TODOS OS OPRIMIDOS!

Bebamos nas nossas fontes humanísticas e nos libertemos!

LIBERDADE É CONQUISTA, FALA DE SÀNGÓ!

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